Da música ao design, passando pelo artesanato e artes populares e pela literatura, existem diversas cidades criativas da UNESCO em Portugal, sendo que cinco se encontram no Centro de Portugal. Nesta viagem de três dias, fomos conhecer Leiria, Covilhã, Idanha-a-Nova, Caldas da Rainha e Óbidos.
Conteúdo do Artigo
- 1 O que são as Cidades Criativas da Unesco
- 2 Cidades Criativas da Unesco em Portugal
- 3 Cidades Criativas da Unesco no Centro de Portugal
O que são as Cidades Criativas da Unesco
A Rede de Cidades Criativas da UNESCO (UNESCO Creative Cities Network) foi criada em 2004 para destacar as cidades que têm, como objetivo comum, a utilização da cultura e da criatividade para a criação de lugares seguros, inclusivos, sustentáveis e preparados para o futuro. A rede tem como objetivo a promoção e fortalecimento das indústrias culturais a nível local e a cooperação ativa a nível internacional.
Cidades Criativas da Unesco em Portugal
A Rede de Cidades Criativas da UNESCO inclui cidades de todo o mundo, sendo que Portugal tem 9 Cidades Criativas na lista. Amarante, Idanha-a-Nova e Leiria destacam-se na área da Música, Óbidos é cidade criativa da Literatura, sendo a única representante de língua portuguesa com este título, Barcelos e Caldas da Rainha são cidades criativas na área do Artesanato e Artes Populares, Santa Maria da Feira destaca-se na Gastronomia, Braga nas Artes Mediáticas e a Covilhã no Design.
Cidades Criativas da Unesco no Centro de Portugal
A região Centro de Portugal conta com a maioria das Cidades Criativas da UNESCO em Portugal. Das 9 cidades portuguesas pertencentes à Rede de Cidades Criativas da UNESCO, 5 ficam na região centro: Óbidos, Caldas da Rainha, Leiria, Covilhã e Idanha-a-Nova. Estas cidades destacam-se em áreas tão distintas como a Música, o Design, o Artesanato e Artes Populares e a Literatura. Descubram mais sobre estas Cidades Criativas da UNESCO no site do Turismo do Centro de Portugal.
Numa viagem de 3 dias pelo centro de Portugal, fizemos cerca de 500 quilómetros para descobrir as 5 cidades criativas da UNESCO no Centro de Portugal e, agora, contamos tudo.
Leiria – Cidade Criativa da Música
Muitos séculos antes de ter sido criada a Rede de Cidades Criativas da UNESCO, ou até mesmo a própria UNESCO, já Leiria respirava música por todos os seus poros. Foi em Leiria que D. Dinis, o rei trovador, compôs as cantigas de amigo que marcam o cancioneiro galaico português. Muitos séculos passaram, mas esta herança não foi esquecida e a música continua a ter um papel predominante na vida da cidade e dos seus habitantes. Leiria tem mais filarmónicas do que freguesias: sim, todas as freguesias de Leiria têm uma filarmónica e uma delas até tem duas. E esse é apenas um dos motivos que leva Leiria ser uma das Cidades Criativas da UNESCO, na área da música.
Pelo Orfeão de Leiria passaram os grandes concertos e os melhores intérpretes nacionais e internacionais, da música e do bailado. Na Casa da Cidade Criativa da Música, um espaço privilegiado para a apresentação e potenciação de projetos culturais, tivemos oportunidade de assistir a uma apresentação de Pedro Rodrigues, guitarrista clássico, que, após passagem pelo Orfeão de Leiria, estuda agora na Hochschule für Musik Franz Liszt, em Weimar na Alemanha.
Além da guitarra clássica, Leiria também se destaca em áreas mais disruptivas da música. No Centro de Diálogo Intercultural de Leiria, assistimos a uma incrível apresentação de António Casal que criou música através de peças de cerâmica. Uma apresentação única a criativa, capaz de nos surpreender, com música criada no workshop “Diálogos com Música e Olaria”.
Leiria respira música em todas as suas formas. Seja através das tradicionais Bandas Filarmónicas, seja na Guitarra Clássica que dá cartas em todo o mundo ou na arte de transformar olaria em instrumentos musicais, a música está presente em toda a cidade. Por todos esses motivos, foi distinguida como uma das Cidades Criativas da UNESCO.
Eventos em Leiria
A cidade criou vários eventos relacionados com a música que levam a arte à diversas áreas onde ela nem sempre chega. É o caso da Ópera na Prisão os Concertos para Bebés. Do Jazz ao Kizombra, existem eventos para todos os gosto. O LIZBRASS, um Festival de Metais, mostra a versatilidade destes instrumentos e o Festival Extramuralhas leva a música para fora das muralhas do Castelo. Estes são apenas alguns exemplos do que se faz na cidade ao longo de todo o ano.
A semente plantada por D. Dinis germinou na cidade ao longo dos séculos e em 2019, Leiria passou a integrar a Rede de Cidades Criativas da UNESCO, na área da música, honrando a memória do Rei Trovador abrindo ainda mais as portas para os artistas leirienses.
O que visitar em Leiria
Há muito para visitar em Leiria. O Castelo de Leiria foi renovado, estando agora mais acessível através do elevador e ascensor criado para chegar até ele. É o ex-líbris da cidade. Mas há muito mais para visitar na cidade.
A Sé de Leiria, a única Sé sem sino, tem um imponente orgão, símbolo da importância da música para a cidade. A Igreja da Misericórdia, agora dessacralizada, deu lugar ao Centro de Diálogo Intercultural de Leiria um espaço onde é incentivada a convivência intercultural e onde existem diversas apresentações.
O Mercado de Sant’Ana tem um importante papel na cultura da cidade, acolhendo diversos eventos e exposições. Os vários Museus da cidade também dão informação sobre diversas áreas, desde a fotografia e o cinema até às artes e ofícios tradicionais relacionados com o papel.
Mas melhor do que enumerar locais para visitar, é perder-se nas ruas de Leiria e entrar nos seus espaços mais agradáveis e característicos. A quase centenária Chapelaria Liz é testemunha da história da cidade e o Espaço Eça eterniza a memória de Eça de Queiroz, que faz de Leiria a sua cidade. Dois locais que merecem uma visita. Mas há muitos mais.
Para mais locais a visitar em Leiria lê o artigo Sítios para visitar em Leiria.
Onde comer em Leiria
Existem muitos locais onde comer em Leiria. Um deles é a Taverna Mata Bicho, na praça Rodrigues Lobo. Com um espaço muito bonito e bem decorado, é possível desfrutar do melhor da gastronomia tradicional.
Independentemente do lugar que escolha para comer em Leiria, o que não pode faltar é uma Brisa do Lis para adoçar o dia. O doce tradicional é feito com 3 ingredientes – ovos, açúcar e amêndoas – e não pode faltar numa visita a Leiria.
Idanha-a-Nova – Cidade Criativa da Música
Idanha-a-Nova tornou-se na primeira Cidade Criativa da Música em Portugal. Em 2015, entrou para a Rede de Cidades Criativas da UNESCO pela sua importância musical. A pequena vila raiana conquistou o seu lugar ao lado de cidades como Bolonha, Londres, Sevilha e Havana.
O facto de esta comunidade rural ter entrado para um rede repleta de cidades de renome internacional e com milhões de habitantes, demonstra bem o poder do mundo rural e o impacto que as tradições podem ter no mundo. Tendo como principal porta-voz o Adufe, símbolo maior da riqueza e da tradição musical do concelho, Idanha-a-Nova mantém viva a sua tradição musical.
Os adufes
Maria José Caroço continua a manter viva a música dos adufes pelas próprias mãos. Não toca, mas sabe ver se eles estão bons assim que os termina. Maria José constrói adufes após ter aprendido num curso do Centro de Emprego. Eram 12, agora só Maria José continuou a fazer adufes. “Isto por conta própria não dá. Toda a gente sabe que o artesanato por conta própria não dá. Ter de pagar as peles, o trabalho, não dava…”, diz Maria José que agora trabalha no Centro de Artes Tradicionais e Posto de Turismo e já ensinou a arte às colegas, para que não se perca.
Depois de colocada e cortada a pele, é momento de coser a toda a volta o adufe e colocar a fitas coloridas. “Queremos um adufe colorido, e não escuro. Para escuro já há muita coisa”, diz Maria José enquanto termina de fazer o adufe. Embora sejam poucas as pessoas que fazem adufes, há muita gente para os tocar, como é o caso das Adufeiras do Rancho Etnográfico de Idanha-a-Nova. Porquê do Rancho? Porque há muitos anos, as meninas do rancho deixaram de ter rapazes com quem dançar, a solução? Tocar adufe! (Girl Power também é isto).
Agora, as Adufeiras de Idanha-a-Nova mantêm viva a tradição que, pelo que parece, está bem entregue, com muitas jovens e crianças a fazer parte do grupo e a tocarem o seu adufe com alegria, honrado a presença de Idanha na Rede de Cidades Criativas da UNESCO
Os festivais de Idanha-a-Nova
No entanto, nem só de música tradicional se faz a história musical de Idanha-a-Nova. A vila raiana é famosa pelos seus festivais como o Boom, o Salva a Terra – Ecofestival e o Fora do Lugar, que atraem visitantes de todo o país. Mais um factor que levou a que a cidade entrasse na Rede de Cidades Criativas da UNESCO.
O que visitar em Idanha-a-Nova
Vale a pena perder-se pelas ruas de Idanha-a-Nova, visitar o centro histórico e as ruínas do seu castelo. No Centro de Artes Tradicionais de Idanha-a-Nova é possível comprar adufes de vários tamanhos e conhecer a maravilhosa Maria José Caroço.
Não podem deixar de passar pelo Centro Cultural Raiano, um espaço que presta homenagem à cultura material e económica, arqueológica e das artes plásticas do território. Aqui, é possível encontrar objetos de outros tempos, que revelam as vivencias da Idanha-a-Nova.
Óbidos – Cidade Criativa da Literatura
Óbidos é um local de conto de fadas que, me faz sempre lembrar da Bela e o Monstro. Com as suas ruas estreitas, o bonito castelo e muitos, muitos livros. Há uma magia no ar em Óbidos que não existe em mais local nenhum. Óbidos é Cidade Criativa da Literatura desde 2015. No que diz respeito à literatura, é a única na Rede de Cidades Criativas da UNESCO, de língua portuguesa. Assim, em Óbidos celebra-se toda a literatura de língua portuguesa.
O evento “Óbidos Vila Literária” que nasceu em 2011, foi um impulsionador da literatura na vila e deu o primeiro passo para que Óbidos se destacasse na área da literatura e entrasse na Rede de Cidades Criativas da UNESCO.
Em Óbidos é possível encontrar livros um pouco por toda a vila: nas igrejas, nos mercados, nos hotéis… Em Óbidos até as rendeiras recitam poesia enquanto criam as suas peças. Óbidos transpira literatura por todos os seus poros.
O que visitar em Óbidos
Além de visitar o Castelo, perder-se nas ruas estreitas da vila e beber uma Ginja, os amantes de livros podem encontrar muitos locais repletos de literatura para visitar. Há intermináveis estantes preenchidas com todos os tipos de livros, que farão as delicias de todos.
Livraria de Santiago
A igreja de Santiago, do século XII, é agora a Livraria de Santiago, um espaço emblemático repleto de livros. Caminhar pelo espaço é uma experiência incrível, sendo possível apreciar a arquitetura do espaço enquanto se escolhe um livro para levar. No coro, encontramos Natália Santos, a Poeta Rendeira de Óbidos. Natália Santos faz joalharia em renda de bilro e alia-lhe a poesia, criando pequenos poemas para as peças. Uma das histórias mais inspiradoras de Óbidos.
Livraria e Mercado Biológico
Na rua Direita, encontramos o Mercado Biológico que, além de fruta e legumes frescos, está repleto de estantes de livros do chão ao teto. Aqui é possível encontrar livros raros sobre diversos temas. Em várias línguas, sejam novos ou usados. Vale a pena a visita. O desafio é sair de lá sem um livro na mão.
Literary Man Hotel
A Estalagem do Convento deu lugar a um hotel temático, The Literary Man. Não é preciso dizer que este hotel está repleto de livros em todos os seus espaços. Nos espaços comuns, nos corredores e nos quartos não faltam livros. Muitos dos hóspedes são atraídos pela forte aposta na literatura e escolhem o hotel pelos livros que ele oferece. O hotel aceita doações e já conta com um espólio de mais de 70 mil livros. Um hotel perfeito para os amantes de livros. Reserve a sua estadia.
Biblioteca Municipal – Casa José Saramago
No espaço Casa José Saramago, funciona a Biblioteca Municipal de Óbidos, que promove a troca direta de conhecimentos e experiências, saberes e fazeres entre todas as gerações e a comunidade.
Iniciativas literárias em Óbidos
Enquanto Vila Literária e Cidade Criativa da Literatura, Óbidos dinamiza várias iniciativas relacionadas com o tema. O Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos, é uma das iniciativas mais conhecidas. Este festival conta com 200 iniciativas e aproximadamente 300 autores, ao longo de 11 dias.
Óbidos acolhe também programas de Residências Literárias, onde diferentes escritores passam de duas semanas a dois meses em Óbidos. O principal objetivo é escrita, mas o envolvimento do escritor com a comunidade é também incentivado. Existem duas opções: a Residência Literária Ruy Belo e a Residência Literária Josefa de Óbidos.
Outras iniciativa são o Latitudes, um evento dedicado à literatura de viagens, além de dois prémios literários: o Prémio de Poesia Armando da Silva Carvalho e o Prémio Literário Fernando Leite Couto.
Onde dormir em Óbidos
Óbidos tem boas opções para quem quer passar a noite na vila. A opção perfeita para quem gosta de livros é o The Literary Man, recheado de livros. Ver outros hotéis em Óbidos
Caldas da Rainha – Cidade Criativa do Artesanato e Artes Populares
Conhecida pelos seus produtos cerâmicos mas também pelo seu bordado, Caldas da Rainha é Cidade Criativa do Artesanato e Artes Populares e integra a Rede de Cidades Criativas da UNESCO desde 2019.
É impossível falar das Caldas da Rainha sem mencionar Rafael Bordallo Pinheiro, que se tornou famoso pelas suas ilustrações, caricaturas, esculturas e cerâmica.
No entanto, a cerâmica das Caldas tem uma história mais antiga, remontando ao final do século XV. Caldas da Rainha sempre teve argilas de qualidade que os oleiros utilizavam para produzir artigos para o Hospital Termal. Estes artigos utilitários ganhava as formas do gosto popular, nascendo assim a figuração naturalista que se tornou popular com as famosas folhas de couve, de alfaces, entre outros. Desta forma era possível ter objetos utilitários que também serviam como peças de decoração.
Inovação e Tradição
Atualmente, no que diz respeito ao Artesanato e Artes Populares, a inovação e a tradição andam de mãos dadas. Enquanto os visitantes percorrem a Rota Bordaliana e descobrem as obras de Bordalo Pinheiro, na Escola Superior de Artes e Design do Politécnico de Leiria e nas diversas associações como a ADOC – Associação Design Ofícios e Cultura, nascem novas peças de diversas formas e usando diversos métodos.
Na ADOC – Associação Design Ofícios e Cultura tivemos oportunidade de ver o processo de trabalho e novas peças que surgem pelas mãos de gente jovem e talentosa que mantém viva a herança artística da cidade.
Eneida Lombe Tavares cria peças que unem a cerâmica à cestaria, usando caruma de pinheiro para criar objetos únicos, numa mistura de estilos singular.
Na mesa ao lado, Samuel Reis trabalha peças de vidro soprado. Samuel dá forma a objetos de vidro usando troncos de árvore ocos, nos quais são criadas as formas das suas peças.
No mesmo espaço e com um molde mutante, Vítor Agostinho cria várias peças diferentes usando o mesmo molde. Como é possível alterar as partes do molde, é possível também criar peças muito diferentes com o mesmo molde.
A VICARA é uma marca de design, criada nas Caldas da Rainha em 2011, por estudantes que queriam vender as suas peças. A marca edita coleções exclusivas de produtos para o lar, explorando a riqueza do artesanato do centro de Portugal. Na marca é possível encontra as peças destes artistas.
Bordado das Caldas
Se a cerâmica é um ponto forte nas Caldas da Rainha, o bordado não fica nada atrás. O Bordado das Caldas tem uma longa tradição e remonta ao tempo de D. Leonor, sendo por isso também conhecido como Bordado da Rainha D. Leonor. Este bordado terá sido criado pela Rainha D. Leonor e pelas suas aias nas temporadas que passavam nas Caldas da Rainha. Era inspirado nos bordados vindos da Índia e as cores escolhidas eram uma homenagem à rainha. Reza a lenda que para salvar as termas das Caldas, D. Leonor terá vendido todo o seu ouro. As aias, então, decidiram fazer os bordados nestes tons, de forma a parecer incrustado de fios de ouro.
O que visitar nas Caldas da Rainha
Engana-se quem pensa que Caldas da Rainha é um destino menor, com pouco para visitar e conhecer. Apesar da sua presença discreta nos roteiros turísticos, a cidade é um destino repleto de surpresas, para descobrir com calma.
Hospital Termal Rainha D. Leonor
O primeiro ponto desta lista só podia ser o Hospital Termal Rainha D. Leonor, já que está na origem das Caldas da Rainha e foi onde tudo começou. Corria o ano 1484, quando Rainha Dona Leonor, a caminho da Batalha, viu um grupo de pessoas a banhar-se em águas enlameadas.
A Rainha ficou curiosa e questionou sobre o que ali se passava, tendo-lhe sido explicado que se tratavam de águas milagrosas. Reza a lenda, que a Rainha testou as águas tendo-se curado das maleitas que padecia à época. Encantada com o poder curativo, mandou erigir no ano seguinte o Hospital Termal, para que todos pudessem aproveitar o poder curativo das águas. E assim, nasciam as Caldas da Rainha (Leonor, pois claro). Este é o Hospital Termal mais antigo do Mundo
Parque D. Carlos I
Este talvez seja o principal cartão-postal da cidade. O Parque D. Carlos I é um espaço muito agradável para passear e relaxar entre as árvores ou fazer passeios de barco no lago.
Praça da Fruta
Na Praça da Fruta realiza-se o único mercado diário ao ar livre de Portugal. Todas as manhãs, os comerciantes reunem-se aqui para vender os seus produtos. Mas nem só de fruta vive este mercado, apesar do nome. Aqui, também são vendidos produtos hortícolas, flores e até cerâmica.
Museus
Caldas da Rainha tem vários museus interessantes para visita. O Museu Malhoa foi o primeiro museu português a ser construído para ser um museu (enquanto os outros museus funcionavam noutro tipo de edifícios) e reune um acervo de referência do Naturalismo português centrado na obra de José Malhoa.
No Museu da Cerâmica, situado num Palacete em estilo romântico, é possível encontrar produção caldense, desde as formas de olaria e produção artística do século XIX até à produção contemporânea.
No Centro de Artes da cidade encontrámos vários museus, como o Museu Leopoldo de Almeida, encontrámos centenas de esculturas e desenhos doados pelos herdeiros do artista.
No Museu Barata Feyo é possível descobrir o acervo de obras deste escultor. As obras dividem-se em três grupos temáticos principais: o retrato, a escultura oficial e escultura religiosa.
No Museu António Duarte é possível encontrar grande parte da produção do escultor, desde escultura pública até um registo mais intimista. No Atelier-Museu João Fragoso é possível conhecer a obra do artista, no mesmo espaço oficinal que dá continuidade à sua produção artística.
Rota Bordaliana
A Rota Bordaliana presta homenagem a Bordalo Pinheiro, com um percurso com réplicas das obras que o imortalizaram, passando por 20 peças, foi pensada para ser feita a pé e demora cerca de 2 horas.
A Rota Bordaliana começa em frente à Estação de Caminho de Ferro, pois o comboio era o transporte usado por Rafael Bordalo Pinheiro nas suas deslocações entre Lisboa e Caldas da Rainha. Em frente à estação encontra-se uma rotunda com muitas Rãs pequenas e uma Rã Gigante, réplicas do trabalho do artista. A rotunda está revestida a azulejos, também eles réplicas de modelos de Bordalo.
Ao longo do percurso, é possível encontrar as peças em praças, fachadas de prédios e até penduradas nas árvores. A rota passa também pelo parque D. Carlos I, onde se encontra a Aldeia dos Macacos, com macacos agarrados a cordas, pendurados nas árvores e, no exterior do parque, está a Saloia com Cesto, uma réplica agigantada da autoria do filho Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro.
Onde comer nas Caldas da Rainha
Existem muitos locais onde é possível comer bem nas Caldas da Rainha. Entre os vários restaurantes nas Caldas da Rainha escolhemos o restaurante Trigo e Bolota. O espaço é simples e agradável, a equipa é muito simpática e a comida tradicional alia a simplicidade ao sabor, dando preferência aos sabores regionais, incluindo um pastel Bordalo para sobremesa.
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Covilhã – Cidade Criativa do Design
Inserida no território do Estrela Geopark da UNESCO, a Covilhã, à beira lã plantada, é muito mais que uma cidade de passagem para chegar à Serra da Estrela. Ao longo dos anos, assumiu-se como um importante polo de design e criatividade no interior do país. Entrou para a Rede de Cidades Criativas da UNESCO, em 2021. A Covilhã é a primeira cidade em Portugal a integrar a rede na categoria do Design.
O design faz parte da história e dos primórdios da cidade através da indústria têxtil e dos lanifícios, mas está bem presente no presente dia-a-dia através de várias iniciativas e nas ruas da cidade através da sua aposta na Arte Urbana que dá cor às fachadas da cidade. A Covilhã continua a ser uma cidade fábrica a tecer o futuro
O que visitar na Covilhã
A Covilhã é uma cidade que se soube desenvolver de uma forma muito própria. Com respeito pelas suas origens que a cidade perpétua ao longo dos tempos, Covilhã está de olhos no futuro e aberta a novas criações e artistas.
Na cidade é possível percorrer as rotas de Arte Urbana e Arte Nova, além de descobrir Judiarias, e conhecer o Património Industrial e a Rota da Lã.
Museu dos Lanifícios
Um dos principais motivos que levaram a Covilhã a tornar-se numa das Cidades Criativas da UNESCO na área do Design foi a sua longa história na área do têxtil e lanifícios. Essa história pode ser descoberta pelos visitantes no Museu do Lanifícios, que conta a história da ligação da cidade à indústria têxtil. O Museu está localizado na Real Fábrica de Panos, fundada em 1764 pelo Marquês de Pombal.
Museu da Covilhã
No Museu da Covilhã é possível conhecer as origens da cidade desde as primeiras ocupações até à atualidade, assim como conhecer as personalidades marcantes do concelho. Este museu foi uma agradável surpresa, pela sua forte aposta na acessibilidade.
Existem marcações no chão para as pessoas cegas visitarem o museu de forma autónoma, imagens com relevo para “ver com as mãos”, indicações em braille e o mobiliário é adaptado para que pessoas em cadeira de rodas possam ver todos os conteúdos, conseguindo-se aproximar e tendo os conteúdos a sua altura.
Além disso, o museu também venceu um prémio de linguagem clara pela forma como apresenta os conteúdos, acompanhados por um texto que alia o rigor à linguagem simples, para que todos possam compreender a mensagem que está a ser transmitida. O Museu da Covilhã também recebeu o Prémio APOM “Museu do Ano 2021”.
Galeria António Lopes
Na Galeria António Lopes é possível ver vários trabalhos do artista, desde a pintura a trabalhos de fotojornalismo. O ex-libris é, no entanto, a grande tapeçaria que conta a história da cidade.
Rota de Arte Urbana
Na Covilhã nasceu o WOOL, o mais antigo festival de Arte Urbana de Portugal, e a cidade já possui um grande número de intervenções, especialmente no centro histórico. Nas várias fachadas da cidade, muitos artistas deixaram a sua marca, deram asas à criatividade e, todos juntos, criaram um verdadeiro museu ao ar livre. Perfeita para ser percorrida a pé, a Rota de Arte Urbana da Covilhã presta também culto ao passado glorioso dos lanifícios.
New Hand Lab
O New Hand Lab é um espaço que promove a criatividade. Pretende promover e divulgar os recursos endógenos mais criativos e impulsionar a Covilhã e a Beira Interior no país e no mundo.
Onde comer na Covilhã
Na Covilhã come-se bem. Em vários espaços. Seja em pratos elaborados ou tapas para petiscar, existem muitos locais para comer bem na cidade. Na Covilhã já conhecia-mos a Taberna A Laranjinha e, desta vez, fomos conhecer o Açafrão. O espaço, inserido no Pena D’Água Boutique Hotel & Villas, levou-nos numa verdadeira viagem pela rota das especiarias. Neste
Para mais inspiração sobre o que fazer na cidade, ler o roteiro de um dia na Covilhã.
Onde dormir na Covilhã
Se o objetivo for passar a noite na cidade, existem muitos hotéis na Covilhã para todos os gostos. O Pura Lã é um espaço acolhedor e com a lã como conceito principal, incluindo nas massagens. O recém aberto Pena D’Água Boutique Hotel & Villas é outra opção, contando uma decoração rica, espaços amplos e bonitos e piscina interior e exterior.
Qual destas Cidades Criativas da UNESCO mais gostaram de visitar? Visitem a página das Cidades Criativas da UNESCO do Centro de Portugal para saberes mais.
O saber nunca ocupou lugar. Texto didático muito importante que aplaudo e elogio. Grato pelo seu excelente trabalho e gentil partilha.
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Feliz fim de semana.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Obrigada pelo simpático comentário.
Bom fim de semana.