Roma é uma daquelas cidades que não se explicam, sentem-se. A cada esquina, a cada pedra, a cada praça, respira-se história. São séculos e séculos acumulados num só lugar, e ao mesmo tempo, uma cidade viva, caótica, barulhenta e apaixonante. Visitar Roma é uma experiência obrigatória para qualquer pessoa.
Na nossa viagem de quatro dias, tivemos a sorte de visitar Roma em plena época de conclave, o processo secreto de eleição de um novo Papa. Isso trouxe à cidade uma atmosfera ainda mais especial, com milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, jornalistas de todo o mundo e uma energia coletiva que dificilmente se repetiria em tempos normais.
Por isso, a nossa experiência ao visitar Roma acabou por ser dupla: de um lado, explorámos os grandes símbolos do Império Romano; do outro, testemunhámos um momento histórico e espiritual que ficará gravado na memória para sempre. Por esse motivo, este roteiro sobre visitar Roma não foi o que poderia ter sido, teve momentos que não se repetem e condicionantes próprias do momento.
Conteúdo do Artigo
Onde ficar em Roma
Hotéis de Luxo em Roma
- Radisson Collection Hotel, Roma Antica — Hotel 5 estrelas com jardim, restaurante e localização muito central junto ao Panteão, perfeito para visitar Roma sem stress.
- Six Senses Rome — Um hotel de luxo no centro histórico, com spa, terraço e design sofisticado.
- H10 Palazzo Galla — Boutique 5 estrelas, muito bem avaliado, junto ao Palácio Quirinal.
Hotéis em Roma com boa relação qualidade/preço
- Palazzo Navona Hotel — Hotel 4 estrelas no coração de Roma, perto da Piazza Navona e do Panteão, com terraço.
- Hotel Homs — Boutique 4 estrelas elegante, muito central, com vista para os telhados de Roma.
- Hotel Dei Congressi — Hotel 4 estrelas, ideal para quem quer um bom preço, com metro próximo para ir ao centro.
Hotéis baratos em Roma
- Easy Budget Colosseo — Localizado perto do Coliseu, quartos simples mas confortáveis e uma excelente opção para orçamentos mais baixos.
- Budget Rooms Des Arts — Quartos acessíveis, no centro de Roma, ideal para viajantes práticos.
- Ibis Roma Fiera — Hotel económico com marca conhecida, camas confortáveis e ligação razoável ao centro via transportes para visitar Roma com facilidade.
Visitar Roma: Dia 1
Basílica de Santa Maria Maggiore
Começámos o nosso primeiro dia a visitar Roma pela Basílica de Santa Maria Maggiore, uma das quatro basílicas papais da cidade e também uma das mais importantes igrejas dedicadas à Virgem Maria.
Construída no século V, pouco depois do Concílio de Éfeso que proclamou Maria como “Mãe de Deus”, esta basílica é um verdadeiro tesouro artístico. Os mosaicos bizantinos que decoram o interior são de uma beleza indescritível, e o teto dourado, dizem, foi feito com o primeiro ouro trazido das Américas.
Estar dentro desta basílica é sentir o peso da história da Igreja e da própria cidade. Apesar de não sermos particularmente religiosos, é impossível não ficar impressionado com a grandiosidade e a espiritualidade do espaço. É também aqui que se encontra o túmulo do Papa Francisco. Curiosamente, quando comprei bilhetes para visitar esta basílica, ainda Papa Francisco estava vivo, motivo pelo qual os bilhetes foram quase um terço do preço que custavam no dia em que a visitei.
Podem comprar bilhetes para a basílica aqui e evitar as filas.
Coliseu de Roma, Fórum Romano e Monte Paladino
Da Basílica de Santa Maria Maggiore seguimos para o ícone máximo de Roma: o Coliseu de Roma. Poucos monumentos no mundo carregam tanto simbolismo como este anfiteatro construído no século I. Saber que ali se realizavam espetáculos com gladiadores, caçadas e até batalhas navais recriadas faz-nos sentir que estamos no coração da Roma Antiga. Clara, um ponto obrigatório ao visitar Roma.
Entrar no Coliseu é como viajar no tempo. As arquibancadas, a arena e até as passagens subterrâneas ajudam-nos a imaginar a vida (e a morte) que ali acontecia. Apesar de estar parcialmente em ruínas, continua a ser um dos edifícios mais impressionantes do mundo e um lugar de passagem obrigatória para quem está a visitar Roma.
Logo ao lado, explorámos o Fórum Romano, que foi durante séculos o centro político, religioso e comercial do Império. Entre colunas e templos em ruínas, como o Templo de Saturno ou o Arco de Tito, é impossível não imaginar a vida quotidiana da Roma Antiga, com senadores a discursar, comerciantes a negociar e multidões a circular.
Para completar a visita, subimos ao Monte Palatino, uma das sete colinas de Roma e considerado o berço da cidade. Segundo a lenda, foi aqui que Rómulo fundou Roma em 753 a.C. O local não é só mítico: as escavações arqueológicas revelaram palácios imperiais e jardins luxuosos que mostram como viviam os imperadores. Além da importância histórica, o Monte Palatino oferece também algumas das melhores vistas do Fórum e do próprio Coliseu.
O Vaticano e o Fumo Branco
No final do dia, rumámos ao Vaticano, para saber o resultado de mais uma votação. O conclave estava em curso, e a Praça de São Pedro estava cheia de fiéis, peregrinos, jornalistas e curiosos de todas as partes do mundo. Quisemos viver aquela atmosfera, aquela expectativa, aquele momento histórico.
Estávamos lá quando a chaminé da Capela Sistina libertou o tão aguardado fumo branco. Não importa se se é religioso ou não: foi impossível não sentir a emoção coletiva daquele instante. Estávamos a presenciar a eleição de um novo Papa, um momento que acontece raríssimas vezes e que, de repente, nos colocou no centro da história.
O som dos sinos, os gritos da multidão, as lágrimas de algumas pessoas ao nosso lado… tudo contribuiu para criar uma atmosfera única. Claro que torcia para que fosse eleito Tolentino Mendonça, o cardeal português, mas independentemente do resultado, foi extraordinário ter estado ali.
Mais do que uma experiência religiosa, foi uma experiência humana. Um daqueles momentos que ficam para sempre na memória de uma viagem e um dos pontos altos de visitar Roma nesta época.
Visitar Roma: Dia 2
Depois de um primeiro dia intenso a visitar Roma, entre basílicas, ruínas imperiais e até a emoção única de assistir à eleição de um novo Papa, acordámos ansiosos para descobrir outra faceta de Roma. O segundo dia prometia ser mais leve, mas não menos inesquecível com uma ligação à série Friends.
Fontana di Trevi – um mergulho em beleza e superstição
Começámos o segundo dia com uma das fontes mais famosas do mundo: a Fontana di Trevi. Construída no século XVIII, é o maior e mais imponente chafariz barroco de Roma. O mármore branco, as esculturas monumentais e o som constante da água criam uma atmosfera quase mágica. Mais um dos locais obrigatórios ao visitar Roma.
Claro que não podíamos deixar de seguir a tradição: atirámos uma moeda para dentro da fonte, de costas, garantindo (segundo a superstição) que um dia regressaremos a Roma. E a verdade é que, depois de estar diante de tanta beleza, fica mesmo a vontade de voltar a visitar Roma.
O Panteão – templo de deuses e da eternidade
Seguimos para o Panteão, uma das construções mais bem preservadas da Roma Antiga. Originalmente dedicado a todos os deuses, foi convertido em igreja no século VII, e hoje continua a impressionar qualquer visitante.
A sua cúpula, com o famoso óculo no centro, é um prodígio de engenharia que desafia o tempo. Estar ali dentro é sentir o peso da eternidade. Curiosamente, é também o local de repouso de figuras importantes da história italiana, como o pintor Rafael e o primeiro rei da Itália unificada, Vítor Emanuel II.
Canova: uma ligação a Friends
Depois, decidimos ir espreitar o Canova, um restaurante charmoso que ficou conhecido internacionalmente por uma curiosidade deliciosa: foi aqui que, no episódio de Friends, Monica tem um encontro com um milionário. Ele pergunta-lhe se ela quer pizza para jantar, ela diz que sim e, no segundo seguinte, estão em Roma, no restaurante Canova. Alguém se lembra?
Escadaria Espanhola
Depois, fomos até à Escadaria Espanhola (Scalinata di Trinità dei Monti), um dos pontos de encontro mais icónicos da cidade. Construída no século XVIII, liga a Piazza di Spagna à igreja de Trinità dei Monti, no topo.
Sentar-se nos degraus, observar a azáfama da praça e sentir a energia cosmopolita de Roma é quase um ritual para qualquer visitante.
O melhor tiramisù de Roma – Pompi
Para terminar o dia com chave de ouro (e açúcar!), não podíamos deixar de provar o famoso tiramisù do Pompi, considerado por muitos o melhor da cidade. E não é exagero: a textura cremosa, o equilíbrio perfeito entre café e cacau e a variedade de sabores tornam esta sobremesa inesquecível.
Depois de tanto caminhar, foi o doce ideal para encerrar um dia cheio de ícones, tradição e um toque de cultura pop. Até porque um tiramisù é um doce obrigatório quando estamos a visitar Roma.
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Visitar Roma: Dia 3
O terceiro dia da nossa viagem foi praticamente todo dedicado ao Vaticano, o coração espiritual da Igreja Católica e, ao mesmo tempo, o menor país do mundo. Mesmo para quem não é religioso, é impossível não se deixar impressionar pela grandiosidade, pela arte e pela história que se respira em cada esquina deste lugar único.
Basílica de São Pedro – subir à cúpula
Começámos pela Basílica de São Pedro, o templo mais importante do cristianismo. Decidimos enfrentar a subida até à cúpula para ter uma das vistas mais memoráveis de Roma. O bilhete pode ser comprado com antecedência em plataformas como a Get Your Guide, o que facilita bastante a organização.
Optámos por subir sem elevador, o que significa encarar 551 degraus. A subida não é fácil, mas cada esforço é recompensado quando se chega lá acima: a visão panorâmica da Praça de São Pedro, do rio Tibre e de toda a cidade de Roma é simplesmente inesquecível. É daqueles momentos em que ficamos sem fôlego, não só pelo esforço, mas sobretudo pela beleza que se abre diante dos nossos olhos.
O interior da Basílica e a Porta Santa
Depois da subida, explorámos o interior da Basílica de São Pedro, uma verdadeira obra-prima de arte e arquitetura renascentista. O espaço é enorme, cheio de detalhes, capelas e monumentos impressionantes.
Um dos pontos altos foi poder contemplar a Pietà de Michelangelo, uma escultura que, apesar de protegida por vidro, transmite uma delicadeza e emoção únicas. É incrível pensar que Michelangelo a esculpiu com apenas 24 anos.
Passámos também por mais uma Porta Santa, a segunda da viagem, já que no primeiro dia tínhamos cruzado a da Basílica de Santa Maria Maior. Estas portas só são abertas em anos jubilares, e atravessá-las traz consigo um simbolismo espiritual forte, mesmo para quem visita apenas pela história e cultura.
A fechadura das três fronteiras
A visita ao Vaticano ocupou grande parte do nosso dia, mas ainda tivemos tempo para uma pequena aventura: fomos até a famosa fechadura da Ordem de Malta, no monte Aventino, conhecida como Il Buco della Serratura (O Buraco da Fechadura).
O curioso deste local é que, ao espreitar pela fechadura, é possível ver três países em simultâneo: Itália (onde estamos), a Cidade do Vaticano (com a cúpula de São Pedro perfeitamente enquadrada) e a soberana Ordem de Malta, uma entidade com estatuto especial reconhecida internacionalmente.
É um detalhe simples, mas mágico, que mostra como Roma está cheia de segredos e perspetivas inesperadas. Um local menos óbvio ao visitar Roma, mas igualmente imperdível.
Visitar Roma: Dia 4
O nosso último a visitar Roma ficou reservado para uma visita muito especial: os Museus do Vaticano. Como o conclave já tinha terminado, a Capela Sistina estava finalmente aberta ao público, e não podíamos perder a oportunidade de ver de perto uma das maiores obras de arte da humanidade.
Museus do Vaticano e Capela Sistina
Os Museus do Vaticano são imensos, com salas e galerias cheias de tesouros acumulados ao longo de séculos. Das tapeçarias aos mapas, das esculturas clássicas às obras renascentistas, é impossível ver tudo com calma num só dia, mas vale cada passo percorrido.
O grande momento, claro, foi entrar na Capela Sistina. Apesar da multidão de visitantes, o silêncio imposto cria uma atmosfera quase sagrada. Levantar os olhos e ver os frescos de Michelangelo, especialmente o famoso teto com a “Criação de Adão” e o imponente “Juízo Final”, é algo que fica gravado para sempre. Mais do que arte, é a sensação de estar diante de algo eterno.
Um último passeio por Roma
Depois de tantas horas de arte e história, fizemos uma pausa para almoçar tranquilamente. Depois, aproveitámos para caminhar mais um pouco pelas ruas do Vaticano e de Roma, sem pressa.
Foi um passeio de despedida, aquele momento em que cada rua parece mais bonita porque sabemos que é a última vez que a veremos nesta viagem.
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